quarta-feira, 4 de abril de 2012

"O surgimento de Starcraft: os e-Sports aparecem para o mundo"


As luzes da metrópole reluzem brilhantemente na noite clara de verão. Na enseada, a multidão se aglomera ao redor de um gigante telão. Holofotes iluminam a área no momento em que o público, agora excedendo o número de 50.000 pessoas, começa a se agitar. Os dois times surgem no palco em meio a uma saudação ensurdecedora. Garotas adolescentes gritam quando um ídolo de cada time é escolhido para a primeira rodada. Cada um entra em sua cabine. A música aumenta e o jogo começa.

Parece uma história de ficção científica futurística, mas esse evento, na verdade, aconteceu no passado, em um lugar onde tais coisas tem sido comuns por mais de dez anos. Essa foi a final da Proleague 2006 realizada em Seoul, na Coréia do Sul. O jogo em questão era Starcraft.

Final do Proleague 2006

Quando as pessoas tem o primeiro contato com o cenário coreano de game profissional, elas tendem a acreditar que isso é uma curiosa anomalia cultural, algo que não poderia se repetir em nenhum outro lugar. Mas há aqueles que acompanharam o cenário durante o seu crescimento e, agora adultos, têm como meta de vida levá-lo para o resto do mundo. Eles são tão apaixonados por isso que chega a ser inspirador e contagioso. Eles estão em uma missão. O que vem a seguir é um exame dessa missão - onde estava? e para onde está indo? - através dos olhos de um velho fã de Starcraft e e-Sports.

O cenário do Starcraft 1

O ano era 1999. A combinação de uma de uma banda larga patrocinada pelo governo, tarifas punitivas sobre consoles de video-games japoneses (que na época significava consoles de video-games em geral), e o crescimento de "PC bangs" ou cyber cafés onde as pessoas jogavam em computadores, tudo combinado para criar algo completamente novo. Torneios locais em "PC bangs" cresceram até tornarem-se grandes eventos. E quando o canal de tv coreano OnGameNet patrocinou o primeiro campeonato OSL, vencido pelo canadense Guillaume "Grrrr..." Patry, não havia mais volta. Patry tornou-se o primeiro superastro de Starcraft, aparecendo em talk shows e sendo assediado pelos fãs.

Guillame Patry jogando uma partida televisionada de Starcraft

O sucesso de Patry inspirou outros estrangeiros a irem para a Coréia do Sul tentar a sorte. Alguns, como Pete "Legionnaire" Neate e Bertrand "ElkY" Grospellier tiveram algum sucesso nos primeiros anos, mas quando se aposentaram, restaram poucos com paciência de dedicação para substituí-los. O Starcraft coreano tornou-se exclusivo para coreanos.


Jogadores não-coreanos tinham apenas um torneio importante: o World Cyber Games. Em 2005, no WCG USA championships, os irmãos Nick e Sean Plott se enfrentaram logo na primeira rodada. Nick acabou perdendo, mas isso se tornaria uma benção. Enquanto passeava pelo salão do evento, Nick ficou desapontado com os fracos comentários e disse ao diretor do torneio que podia fazer melhor. Ele comentou o resto das finais de uma maneira bem informativa e tranquila - ele agia naturalmente em frente à câmera. No final, lhe foi oferecido um emprego em Cingapura para comentar as finais mundiais do WCG. Sean derrotou Dan "Artosis" Stemkoski em um jogo muito disputado e ganhou as finais. Por isso, ganhou uma viagem para Cingapura, onde quase ganhou do coreano campeão de 2004, Xellos (Seo Ji Hoon). As finais americanas foram filmadas por Brian J. Kim e as finais mundiais tornaram-se tema de um documentário da National Geographic.


A seguir, Nick comentou outros WCG's. Suas narrações eram tão populares que, em 2008, o canal coreano de TV pela internet, GOM TV, pediu para que ele fosse para a Coréia do Sul e comentar os jogos em inglês para um torneio especial com os melhores jogadores coreanos de Starcraft. O Star Invitational foi um sucesso, com mais de 75.000 visualizações na partida final entre Stork (Song Byung Goo) e o fenômeno Flash (Lee Young Ho). Parecia que o resto do mundo finalmente saberia porque o Starcraft era tão popular na Coréia do Sul.


KeSPA e Blizzard: a animosidade começa


O sucesso do Star Invitational levou a três temporadas do Averatec-Intel Classic, com Nick e os co-comentaristas lilsusie (Susie Kim) e Super Daniel Man (Daniel Lee). No entanto, KeSPA, a Korean e-Sports Association (Associação Coreana de e-Sports), forçou seus jogadores e times a deixarem a terceira temporada e, quando quase nenhum jogador tinha autorização para jogar, a quarta temporada foi cancelada.


Porque a KeSPA seria contra a Blizzard patrocinar um torneio? Porque na época, KeSPA e Blizzard estavam brigando sobre os direito de transmissão de Starcraft pela televisão. Por anos, a Blizzard não se interessou pelo grande sucesso que o Starcraft profissional encontrou na Coréia do Sul, somente ficaram felizes com o número de cópias que o jogo vendeu no país. Na realidade, apenas em 2005, a Blizzard finalmente lançou um suporte completo para a língua coreana no jogo!


O que aconteceu foi o seguinte: em 2007, a KeSPA começou a cobrar das estações de TV OnGameNet e MBC os direito de transmissão de partidas de Starcraft. A Blizzard argumentou que esse dinheiro deveria ser da empresa e que ela deveria ter alguma espécie de controle sobre como os torneios eram dirigidos. KeSPA se recusou a negociar e, então, as coisas ficaram paralisadas. Isso representava um problema para a Blizzard, pois, após muito tempo, Starcraft 2 estava para ser lançado.


Starcraft 2 se prepara para entrar em cena


Houve um intervalo de 12 anos entre Starcraft 1 e Starcraft 2, e a Blizzard mudou significativamente durante esse tempo. Houve muita reclamação quando anunciaram que Starcraft 2 não teria jogos em LAN e que o jogo iria exigir conexão constante com a Battle.net durante os jogos multiplayer. A empresa alegou que isso serviria para cortar as trapaças online (um problema comum no Starcraft 1 era o "maphacking", quando pessoas usavam programas que revelavam todo o mapa, enquanto os adversários continuavam no escuro, sem informação nenhuma) e para permitir que os jogadores seguissem as estatísticas de cada um, mas muita gente considerou isso como uma forma de ganhar dinheiro, especialmente quando aliado ao fato de que jogadores vivendo em diferentes partes do mundo teriam de adquirir várias versões "regionais" do jogo para poderem jogar uns com os outros.


Apesar dessas preocupações, a ansiedade com o lançamento do Starcraft 2 era grande. Quando a versão beta foi lançada, as pessoas começaram a jogar online imediatamente e até começaram a transmitir seu jogos ao vivo pela internet através se novos serviços como UStream e  JustinTV. Houve até torneios durante a versão beta, como o "Star Wars", realizado na China, onde jogadores dos Estados Unidos, incluindo Nick Plott, derrotaram o -time sul-coreano, perdendo apenas para os favoritos chineses.


Com a aproximação do lançamento do jogo, a Blizzard fez mais um grande anuncio. Enquanto não era possível chegar a um acordo com a OGN ou a MBC, os dois principais canais de televisão que patrocinavam e transmitiam torneios de Starcraft 1, eles fizeram uma parceria com a BOM TV. Era um grande anuncio: uma liga mundial de Starcraft 2, chamada GSL, como uma premiação sem precedentes - os torneios seriam realizados mensalmente e o campeão receberia 100.000.000 wons coreanos, aproximadamente US$ 90.000,00, quase o dobro da premiação dos campeonatos de Starcraft 1. Os torneios seraim transmitidos em coreano e inglês, sendo o último comentado por Nick "Tasteless" Plott e Dan "Artosis" Stemkoski. Enquanto os torneios fossem realizados na Coréia do Sul, todos os jogadores do mundo estavaem convidados, e se esperava que muitos jogadores "não coreanos" se inscrevessem.


As finais da GSL sendo narradas por Dan e Nick


A Blizzard estava declarando guerra, efetivamente dizendo à KeSPA que tinha a intenção de fazer do Starcraft 2 um e-Sport global, com ou sem a ajuda deles. A resposta da KeSPA foi proibir todos os seus jogadores de Starcraft 1 de jogarem Starcraft 2 e lançar uma campanha atacando o jogo e própria Blizzard. Eles até convenceram o governo sul-coreano a ameaçar classificar o jogo como um jogo "só para adultos" devido à violência - ridículo, já que o nível de violência era indistinguível do seu predecessor - forçando a Blizzard a remover sangue e chamas em unidades mortas na versão coreana.


Curiosamente, enquanto a maioria dos fãs nos fóruns de língua inglesa eram contra a Blizzard,  as pessoas nos fóruns sul-coreanos eram mais críticas à KeSPA. Contudo, a resposta teve o seu impacto - as vendas de Starcraft 2 na Coréia do Sul foram muito abaixo do esperado. Algumas pessoas teorizaram que a Blizzard estava forçando o crescimento do Starcraft 2 - o cenário de torneios de Starcraft 1 cresceu naturalmente, através de torneios locais organizados por donos de "PC bangs". A Blizzard também não estava ajudando ao cobrar dos "PC bangs" uma mensalidade para jogar Starcraft 2, algo que não nunca existiu para seu predecessor.


A ação judicial envolvendo a Blizzard e a KeSPA poderia ter como resultado um artigo inteiro, e nenhuma das empresas teria menos culpa no assunto. KeSPA continua a gerenciar torneios de Starcraft 1 como sempre fizeram, e a GOM TV continua a ter a autorização da Blizzard para gerenciar torneios de Starcraft 2 na Coréia do Sul, que está gradativamente ganhando popularidade. A ação judicial continua interminavelmente nos tribunais e parece estar se encaminhando para o tribunal de arbitragem.


A GSL vai ao ar


O primeiro campeonato da GSL exibiu partidas impressionantes de estrangeiros como Greg "Idra" Fields e Dario "TLO" Walsh, mas no final das contas o torneio foi vencido pelo sul-coreano Kim Won Gi. Ele foi um jovem jogador de Starcraft 1 muito promissor, mas um problema familiar o forçou a deixar sua carreira de lado para ajudar sua mãe em sua barraca de frutas. Quando começou a jogar Starcraft 2, ele adotou o apelido de "FruitDealer". Ele jogou de Zerg, na época em que a raça Zerg era considerada fraca e os Terranos possuíam um arsenal de ferramentas que poderiam varrer os Zergs do mapa no começo do jogo. Quando venceu Lee Jung Hoon na final e ganhou o prêmio de US$ 90,000, era a realização de um sonho adiado por muito tempo.


Arte criada pela equipe de Starcraft 2 da Blizzard para celebrar a vitória de Fruit Dealer

Enquanto isso, os melhores jogadores de Starcraft 1, como Flash (Lee Young Ho), Jaedong (Lee Jae Dong) e Stork (Song Byung Goo) continuaram a jogar o jogo que eles dominaram há anos, e (pelo menos em público) não indicavam que iriam mudar para o Starcraft 2 tão cedo. No entanto, algumas antigas lendas do jogo que estavam esquecidos decidiram deixar a KeSPA e tentar a sorte no Starcraft 2. Desses, os maiores nomes foram NaDa (Lee Yon Yeol), JulyZerg (Park Sung Joon) e o maior jogador de Starcraft 1 de todos os tempos, Bxer (Lim Yo Hwan).


A chegada do Imperador


Boxer foi o primeiro superastro do e-Sports na Coréia do Sul e ele, essencialmente, criou o cenário como existe hoje. Ele tinha o apelido de "Emperor of Terran" e foi o primeiro "bonjwa" - um termo usado para jogadores que exerceram certo domínio sobre os outros por um período de tempo - quando ganhou dois OSL's seguidos, o liga até criou o "troféu "Golden Mouse" em antecipação à sua terceira conquista. Ele organizou o primeiro time profissional de Starcraft 1 e conseguiu patrocinadores, portanto pavimentando o caminho para uma comunidade auto-suficiente de gamers que poderiam dedicar sua vida ao treinamento. Ele até mesmo inventou o conceito de refinar estratégias com um "parceiro de treino" - alguém que você explicaria exatamente a sua intenção no jogo e com quem jogaria vária vezes até conseguir derrotá-lo, apesar do conhecimento do outro jogador sobre a sua estratégia. Boxer escreveu uma auto-biografia que virou best-seller e seu fã clube cresceu para mais de um milhão de membros. Ele era (e ainda é) elegante e cativante, o rosto perfeito para o e-Sports. Quando anunciou a troca para o Starcraft 2, era algo muito importante.


Boxer trilhou o caminho comum de um jogador de sucesso do Starcraft 1: ascendeu de um status de amador, brilhou em momentos de glória, depois lentamente cedeu espaço para que  jogadores mais jovens e ávidos chegassem ao topo. Ele, como todos os homens sul-coreanos, teve que passar dois anos no serviço militar obrigatório antes de completar 30 anos. Ao invés de se aposentar como esperado, Boxer formou uma equipe de antigos jgoadores que estavam servindo na Força Aérea, chamada Ace. Quando retornou do serviço militar, todos pensaram que ele se tornaria um treinador ou um comentarista, o caminho comum de jogadores cujo apogeu estava no passado. No entanto, o que ele mais queria no mundo era continuar jogando.


A chegada do Imperador


Quando Boxer apareceu para as qualificatórias do segundo torneio GSL de Starcraft 2, todos os olhos estavam nele. Ele passeou nas qualificatórias e começou a sua jornada para o título. Em seu caminho, contudo, estava NaDa, ganhador de seis títulos individuais e estatistivamente o melhor jogador de todos os tempos. NaDa também havia mudado para o Starcraft 2 e, quando duas lendas se encontravam nas quartas de final, a internet na Coréia do Sul  caiu por um breve período de tempo, já que milhões de fãs se conectavam para assistir essa partida épica.


Boxer venceu. E suas lágrimas de alegria eram genuínas. Ele esteve longe de uma partida televisionada por anos e nunca havia derrotado NaDa em um grande evento. Para ele, vencer essa partida foi tão bom quanto vencer um campeonato. Contudo, Boxer perdeu para NesTea (Lim Jae Duk) nas semi-finais, um ex jogador de Starcraft 1 que teve pouco sucesso individual em sua carreira e que também foi treinador. Depois da rodada final, o tradutor da GOMTV John (Jun Kyu "Junnka" Park) fez um discurso exaltado que tocou milhares de pessoas.


"Primeiramente, quero dizer que tenho muito respeito por Nestea, não só porque ele venceu  o torneio, mas porque ele teve a coragem de fazer o que queria fazer, e provou que estava certo. Estou dizendo isso porque para muitas pessoas, até sul-coreanas, jogar games é uma perda de tempo. Eu mesmo estava desempregado por dois anos antes de me juntar à GOM. Tudo que fiz foi jogar videogames em casa, e meus amigos diziam que eu estava perdendo meu tempo. Bem, quem está rindo agora? Eu lhes pergunto: "Vocês podem dizer honestamente que gostam do seu trabalho?". E eu lhes pergunto: "Vocês tem um fã que faz uma obra de arte só para você?". Isso os cala.


Então, toda vez que se sentir envergonhado de ser um nerd porque seus amigos, professores, vizinhos ou até mesmo parentes acham que jogar videogames é uma perda de tempo, lembre-se: não há essa coisa de perder seu tempo se você tiver a coragem de fazer o que gosta e ser apaixonado por isso. Lembre-se: se NesTea tivesse escutado a todas às críticas, ele não estaria aqui segurando um troféu. E lembre-se que mesmo que você sinta que ninguém à sua volta te apóia, eu, Jay, Artosis, Tasteless e todos da GOM vamos te apoiar. Por que? Porque acreditamos no e-Sports."


Arte de John o Tradutor feita por um fã




O discurso de John foi particularmente significativo para mim. Inevitavelmente, sempre que falo sobre a minha paixão em assistir Starcraft profissional, há um pequeno, mas sonoro grupo de pessimistas, dizendo asneiras e que assistir videogames é uma perda de tempo com um olhar de superioridade, e zombam do termo "e-Sports", como se comparar videogames com "esportes de verdade" seja ridículo e cômico.


O negócio é o seguinte: não importa o que eles pensam.


Eu poderia argumentar que toda atividade humana que envolva competição, registro de vitórias e derrotas, times, patrocinadores, dedicação ao treino, salários e prêmio em dinheiro pode ser classificado com esporte. Eu poderia apontar que é um mito que jogadores de Starcraft não praticam atividades físicas - eu vi jogadores suarem abundantemente, movendo suas mãos em uma velocidade de 400 ações por minuto -  em média! - e ficando exaustos depois de longas partidas. Eu poderia discutir sobre tudo isso, mas não vou. Não vale a pena.


O que vou dizer, no entanto, é quantos momentos de pura diversão eu vivi durante anos assistindo Starcraft sendo jogado no mais alto nível. No início - muito antes do You Tube - eu procurava por replays de jogadores profissionais de Starcraft e escutava arquivos de ".RWA"(Replays with Audio) criados por fãs como Manifesto7. Tempos depois, eu lia os tópicos do fórum do Teamliquid.net, o maior site de Starcraft em língua inglesa. Então, eu assisti a videos no Youtube de partidas sul-coreanas comentadas em inglês disponibilizadas de graça por fãs como NukeTheStars e RanshidDA. Eu ficava acordado até as 3:00 AM para assistir Jaedong jogar contra Flash nas finais do OSL e MSL, retransmitidos ao vivo da Coréia do Sul por fãs com boas conexões de internet. Éramos apenas eu e outros nerds como eu, mas os números continuaram a crescer e, agora, parece que ter atingido um ponto alto. Um cenário global de Starcraft não é mais um sonho. Está acontecendo de verdade.


Na Coréia do Sul, o cenário de Starcraft 2 tornou-se um lugar para vários ex jogadores de Starcraft 1 - tanto lendas quanto quase desconhecidos - que buscavam um lugar onde encontrassem sucesso, longe da mão de ferro da KeSPA. Pela primeira vez, foi permitido aos jogadores a formação de uma associação parecida com as que existem em esportes profissionais. Por um breve momento, parecia que a Coréia do Sul iria tornar-se o único local para Starcraft 2 profissional, assim como o Starcraft original. Jogadores estrangeiros acreditaram que o único jeito de ganhar com vida jogando o jogo seria mudando para a Coréia do Sul, tentar se qualificar para o maior torneio do mundo e competir contra os sul-coreanos em sua própria casa. Alguns como Idra e o adorado Jonathan "Jinro" Walsh, tiveram algum sucesso, conseguindo chegar às quartas de finais e semi-finais respectivamente. Outros como TLO e Joseph "Ret" de Kroon, não conseguiram chegar longe e decidiram voltar para casa.


Mas voltar para casa não significa mais o que significava antes. No auge do Starcraft 1, alguns estrangeiros peregrinaram para a Coréia do Sul e tentaram fazer o mesmo, mas nenhum ficou por muito tempo. Quando voltaram para casa, eram amadores de novo, porque não havia carreira no Starcraft fora da Coréia do Sul.


Isso estava para mudar.


O futuro é agora


Enquanto Nick continua a narrar a GSL na Coréia do Sul, seu irmão Sean "Day[9]" Plott, o vencedor do WCG USA 2005, alcançou um nível similar de fama com o seu programa Day[9] Daily na Justin TV. Esse programa ajudou tanto iniciantes quanto jogadores experientes a entenderam o jogo melhor e até exibiu hilariantes e intencionalmente malucas partidas de Starcraft 2 no "Funday Monday". Sean faz o trabalho de três pessoas: produzindo seu programa, comentando uma dezena de torneios internacionais, e complentando seu mestrado em matemática, tudo ao mesmo tempo. De repente ele tem muito o que fazer, pois o cenário de Starcraft 2 está começando a explodir.




Todo tipo de anúncio foi feito nos últimos meses. Tudo começou quando Idra, inesperadamente, deixou a Coréia do Sul apesar de se sair muito bem na GSL. Ele estava antecipando o anúncio da NASL, a primeira liga norte americana de Starcraft profissional. Então, a IGN anunciou que criaria a sua própria liga de Starcraft 2. Jogadores do Team Fnatic revelaram que iriam criar a primeira Team House na América do Norte, onde seus jogadores poderiam morar juntos, treinar, e conversar sobre Starcraft o dia todo, como na Coréia do Sul. Uma nova liga de Starcraft 2, a TeSL, foi formada em Taiwan, com jogos transmitidos ao vivo pela televisão e patrocinada pela 7-Eleven.


Parece que o cenário internacional de Starcraft profissional está crescendo naturalmente, assim como aconteceu na Coréia do Sul nos últimos anos. Torneios locais estão sendo jogados todo dia com prêmios que variam entre US$ 100 e US$ 2,500, dando aos novos jogadores uma chance de fazer o seu nome por eles mesmos antes de conseguirem disputar eventos e prêmios maiores. De fato, esses prêmio estão se tornando cada vez maiores: US$ 34,500 no total para TSL3, um rumor de US$ 150,000 para a liga da IGN, e um prêmio colossal de US$ 400,000 para a NASL. Times estão sendo formados. Patrocinadores estão sendo encontrados. Histórias de futuras lendas estão sendo escritas. A única diferença é que na Coréia do Sul isso aconteceu em PC bangs, enquanto que agora isto está acontecendo na internet, assim o mundo todo pode participar.


E estão participando. No último TSL3, as visualizações quebraram os recordes anteriores quando mais de 50.000 pessoas se conectaram ao mesmo tempo para assistir as partidas do "Round of 32". Talvez eles não estivessem todos em um estádio, mas a força de sua torcida era como se estivessem.


Para o Starcraft e para o e-Sports, o futuro é agora.


Texto original de Jeremy Reimer.
Fonte:http://arstechnica.com/gaming/news/2011/03/the-dawn-of-starcraft-e-sports-come-to-the-world-stage.ars/2
Traduzido por DeMo

































































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